25 de jul. de 2013
“Meu maior medo é viver sozinho e não ter fé para receber um mundo diferente e não ter paz para se despedir. Meu maior medo é almoçar sozinho, jantar sozinho e me esforçar em me manter ocupado para não provocar compaixão dos garçons. Meu maior medo é ajudar as pessoas porque não sei me ajudar. Meu maior medo é desperdiçar espaço em uma cama de casal, sem acordar durante a chuva mais revolta, sem adormecer diante da chuva mais branda. Meu maior medo é a necessidade de ligar a tevê enquanto tomo banho. Meu maior medo é conversar com o rádio em engarrafamento. Meu maior medo é enfrentar um final de semana sozinho depois de ouvir os programas de meus colegas de trabalho. Meu maior medo é a segunda-feira e me calar para não parecer estranho e anti-social. Meu maior medo é escavar a noite para encontrar um par e voltar mais solteiro do que antes. Meu maior medo é não conseguir acabar uma cerveja sozinho. Meu maior medo é a indecisão ao escolher um presente para mim. Meu maior medo é a expectativa de dar certo na família, que não me deixa ao menos dar errado. Meu maior medo é escutar uma música, entender a letra e faltar uma companhia para concordar comigo.”
— | Fabrício Carpinejar. |
Aos 16 o mundo parece realmente abrir as portas para eu entrar de uma vez por todas. Aos 16, a criança que queria ser princesa, agora quer ser uma adulta de respeito, mas ainda sonha com o príncipe encantado. Aos 16 as coisas mudam, os pensamentos mudam, os sentimentos mudam, mas tudo continua do jeito que sempre foi. As coisas não mudam ao meu redor, as coisas mudam dentro de mim. Aos 16 quero lutar pelo meu espaço no mundo, pelo meu cantinho na Terra. Aos 16, a criança meio silenciada grita dentro de mim para continuar seguindo os meus sonhos. Sonhos esses que deveriam ser esquecidos. Aos 16 percebo que ainda sou a mesma garota de 10 anos que brincava de boneca, só que mais forte, mais sabida, mais desiludida. Aos 16 percebo que a vida não é um conto de fadas, que a história nem sempre termina com um final feliz e o para sempre nem sequer existe. E por mais que eu saiba disso tudo, aos 16 acredito num mundo melhor, num amor pra vida toda, no felizes para sempre e sempre. Aos 16, tenho mentalidade de um adulto, mas o coração permanece sendo da criança que um dia eu fui e que nunca irá morrer dentro de mim. Aos 16.
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